Por unanimidade, os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) aumentaram, nesta quarta-feira (16), a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano. Com essa nova alta, os juros chegam ao maior nível desde abril de 2017, quando a Selic passou para 11,25% ao ano.
As elevações não devem parar por aí, já que a sinalização do Banco Central é de que os juros continuarão subindo este ano já que a inflação continua alta e a guerra entre a Ucrânia e a Rússia afeta os preços. No entanto, o aumento trouxe a desaceleração observada nas três reuniões anteriores, quando o banco central optou por um aumento de 1,5 ponto percentual.
Neste contexto, os títulos de renda fixa pós-fixados, que acompanham as taxas de juros, são boas opções de investimentos, segundo os analistas da MAG Investimentos, como o economista Felipe Rodrigo de Oliveira. “Os títulos de renda fixa pós-fixados, que acompanham a Selic ou o CDI, devem se beneficiar com a alta dos juros. É o caso do Tesouro Selic”, explica Felipe.
Com a Selic crescendo a taxas de dois dígitos, a renda fixa está cada vez mais próxima de oferecer aos investidores um retorno mensal de 1%. Felipe explicou que os investidores precisariam de uma taxa Selic de 12,60% para obter um retorno mensal de 1% de renda fixa pós-fixada. “Para quem busca proteger seus ativos da inflação, também vale ficar de olho nos ativos relacionados ao IPCA”, disse Felipe. “Para esses casos, vale procurar ativos com prazos mais curtos, até dois anos”, disse. Outra forma de aproveitar essa elevação da Selic é ficar de olho em CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio).
Além disso, no atual cenário de inflação elevada, as aplicações indexadas à inflação se mostram como opções interessantes para se proteger desta alta de preços. No entanto, apesar de ser um investimento de renda fixa, essas aplicações apresentam um risco maior do que os investimentos atrelados ao CDI. Dessa forma, é importante avaliar o nível de risco que o investidor pode incorrer.
“O momento atual do mercado está obrigando os investidores a prestar mais atenção aos prazos de alocação. Em um cenário de elevada incerteza como o atual, o ideal é importante avaliar se a duração da carteira está adequada ao nível de risco ao qual o investidor quer estar exposto. Quanto maior o prazo do ativo, mais sensível ele é à volatilidade do mercado”, esclarece Felipe.
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